A história da Rede Ferroviária
A história da Rede Ferroviária
Na história de nossa cidade tem uma parte esquecida e que muitos jovens não conhece. Quando a Rede Mineira de Viação projetou a ferrovia em nossa região ela seria onde está hoje, mas os caciques políticos da época juntaram forças e a trouxeram para mais próxima de nossa cidade.
Então foi preciso que se fizesse um aterro para que a Ferrovia prosseguisse, desse aterro surgiu nossa Lagoa da Prata, como foi denominada pelos missionários.
Me lembro quando jovem saíamos um grupo da cidade, o que não era muito perto para ir até a estação ver o “noturno” ar por volta de uma hora da madrugada.
Me lembro também da tia do meu pai, Dona Zenite, mãe do Rui Amorim que era um dos conferentes da Estação vendendo biscoitos e bolos na plataforma da Estação para sustentar a família, pois ela ficou viúva muito jovem.
Me lembro do Sr. Valfrido que de carroça transportava os objetos da Estação para a cidade. Na Estação tinha uma caixa de madeira grande onde ficavam as correspondências.
As “Maria Fumaça” como eram chamadas nos emocionava com sua chegada, principalmente o trem noturno que só chegava ageiros. Me lembro do Giba, um simpático guarda-chaves, assim eles eram classificados, ele mais de quarenta anos com doença de chagas.
São tantas pessoas que trabalhavam ali, outros que me lembro com carinho: Sr. Xisto Santana, Sr. Diniz Borges. Quantas vezes em excursões escolares as escolas levavam as crianças para ver a “Maria Fumaça” ar. Eu pessoalmente com meus quinze anos ia para a Estação para aprender o código morse, isso tinha que ser à noite para não atrapalhar o trabalho dos conferentes.
Hoje resta a Estação
Não vamos deixá-la acabar
Para que fique na história
E pros nossos netos contar
Existia também perto da Estação as caieiras, pois o nosso município exportava cal e açúcar para outros estados.
Da Rede Ferroviária
Eu vou falar a verdade
Restou a Estação
No peito só a saudade
Otaviano Luinha
Publicado originalmente no site www.recantodasletrlagoadaprata-br.diariomineiro.net.br
Boa noite sr. Otaviano Luinha. Acabei de ler o seu texto. Muito bem escrito, cheguei a me emocionar. Olhando a foto da antiga estação ferroviária,(não sei se é a mesma) me recordo com imensa saudade da noite de 19 de Dezembro de 1958, embarcamos em uma locomotiva maria fumaça, nós e mais onze famílias, com destino à Brasilia futura capital do Brasil.
Gostaria de saber, se há registro desse evento. Já pesquisei mas não encontrei. Quem sabe, o sr. conhece alguém dessa época que possa dar algum testemunho. Ficaria muito agradecido. abs.